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Quais foram as principais contribuições da astronomia babilônica?

Você já ouviu falar na Mul.Apin? Quando olhamos para as tábuas de argila babilônicas, não estamos apenas diante de artefatos antigos. Estamos diante de uma das primeiras manifestações de ciência empírica.

A Mul.Apin, por exemplo, reúne catálogos estelares detalhados por volta de 1000 a.C., descrevendo o céu ao longo das estações.

Mas, como essa civilização construiu modelos matemáticos funcionais sem recorrer a uma geometria sofisticada? Os babilônios usavam progressões aritméticas e geométricas para prever os movimentos planetários. Podemos ver ali as raízes da astronomia como ciência exata.

E não podemos esquecer da previsão de eclipses. Eles identificaram o ciclo de Saros, um período de 18 anos e 11 dias. Com isso, conseguiam prever eclipses com uma precisão impressionante, ainda que baseada em observações empíricas, sem o aparato teórico que os gregos desenvolveriam mais tarde.

Os babilônios também criaram um calendário lunissolar, ajustando os meses lunares para manter a sincronia com o ano solar. Isso não era apenas útil para fins religiosos ou agrícolas — era uma demonstração de compreensão dos ciclos astronômicos.

Não à toa, os gregos beberam profundamente dessa fonte. Astrônomos como Hiparco e Ptolomeu incorporaram métodos babilônicos em suas próprias obras. Podemos dizer que a astronomia grega, tida como o berço da ciência ocidental, tem suas raízes plantadas na Mesopotâmia.

E muito do que sabemos vem de fontes primárias como o Enuma Anu Enlil, que combinava eventos celestes com presságios. Mesmo quando a astronomia ainda estava entrelaçada com a adivinhação, havia uma estrutura sistemática e baseada em padrões observáveis. Esse foi o primeiro passo para separar ciência de crença.

A astronomia babilônica, portanto, não era apenas contemplação do céu — era análise, previsão e, acima de tudo, o início de um pensamento racional que ecoa até hoje.

 

Referências

HUNGER, H., & Pingree, D. (1999). Astral Sciences in Mesopotamia. Brill.

NEUGEBAUER, O. (1969). The Exact Sciences in Antiquity. Dover Publications.

ROCHBERG, F. (2004). The Heavenly Writing: Divination, Horoscopy, and Astronomy in Mesopotamian Culture. Cambridge University Press.


  • Tábuas de Mul.Apin – Catálogo estelar mesopotâmico.

  • Enuma Anu Enlil – Compilação de presságios astronômicos baseados em observações celestes.

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Não entendi nada. Preciso estudar do zero.Difícil de entender. Conhecimento avançado demais.Entendi mais ou menos. Preciso estudar mais.Fácil de entender, mas fiquei com algumas dúvidas.Esse foi muito fácil de entender!
Andressa Saravia - MBA em Marketing na USP Esalq

Autoria

Andressa Saravia - MBA em Marketing na USP Esalq

Amante do conhecimento científico. "O país da bola e do samba no pé, ainda será reconhecido pela criatividade de suas mentes brilhantes, e assim então, terá seu futuro nas mãos." - Andressa Saravia.

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