Brasil e China avançam em parceria para novo satélite geoestacionário CBERS-5
- Cosmonauta Brasileiro
- 21 de abr.
- 2 min de leitura
Entre os dias 31 de março e 4 de abril de 2025, uma comitiva brasileira esteve na China para tratar dos próximos passos de um projeto espacial estratégico: o CBERS-5, satélite meteorológico e ambiental desenvolvido em cooperação com instituições chinesas. A missão representará um avanço significativo na capacidade de monitoramento climático e previsão de eventos extremos em toda a América do Sul.

Cooperação internacional em prol do clima
A delegação brasileira foi composta por representantes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), da Agência Espacial Brasileira (AEB) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Liderada por Rubens Diniz (chefe de gabinete do MCTI), a equipe também contou com o diretor do INPE, Antonio Miguel Vieira Monteiro, o coordenador de engenharia espacial Adenilson Roberto da Silva e o meteorologista Gilvan Sampaio de Oliveira.
Durante os encontros com parceiros chineses, foram definidas as bases para a continuidade da missão, reafirmando o compromisso dos dois países com o desenvolvimento de tecnologias estratégicas voltadas ao monitoramento climático, detecção de eventos extremos e acompanhamento das mudanças globais.
Etapas técnicas e próximas ações
A missão resultou na consolidação de entendimentos fundamentais que serão detalhados em futuras reuniões técnicas. Um dos desdobramentos esperados é a vinda de uma comitiva técnica chinesa ao Brasil, que visitará instituições-chave para o desenvolvimento do CBERS-5, incluindo instalações do INPE e da AEB.
O que é o CBERS-5?
O CBERS-5 (China-Brazil Earth Resources Satellite) será o primeiro satélite geoestacionário da série CBERS, resultado de mais de 25 anos de colaboração entre Brasil e China no campo de satélites de observação da Terra. Sua principal missão será fornecer dados meteorológicos e ambientais em tempo real, com capacidade de cobertura contínua do território brasileiro e países vizinhos.
Essa capacidade será essencial para:
Aperfeiçoar previsões meteorológicas;
Monitorar tempestades, secas e inundações;
Apoiar ações de defesa civil e agricultura;
Acompanhar indicadores de mudanças climáticas.
Importância estratégica
Assinado em junho de 2024, o acordo CBERS-5 marca a entrada do Brasil no seleto grupo de países com capacidade de operar satélites geoestacionários. Isso garante maior autonomia tecnológica em áreas sensíveis como previsão do tempo, vigilância ambiental e resposta a desastres naturais — um tema cada vez mais crítico diante dos efeitos das mudanças climáticas.
Além disso, o projeto está alinhado com as prioridades do governo federal de fortalecer a infraestrutura científica nacional e integrar o país às grandes redes internacionais de monitoramento climático.
Histórico da cooperação CBERS
Desde 1999, Brasil e China já lançaram juntos os satélites CBERS-1, 2, 2B, 3, 4 e 4A, além do CBERS-6, que está em fase de desenvolvimento. O CBERS-5 reforça essa trajetória de sucesso e aprofunda a cooperação em novos níveis de complexidade tecnológica e impacto ambiental.
Referências
Agência Espacial Brasileira – AEB (2024). Relatório Técnico de Missão à China – CBERS-5.
CUI, P. & LI, J. (2020). China-Brazil Earth Resources Satellite Program: A Model of South-South Cooperation. Acta Astronautica, 170, 475–483.
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE (2024). CBERS-5: Missão de Cooperação Internacional Brasil-China.
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – MCTI (2024). Agenda Internacional de Cooperação Espacial.
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