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Quando o Céu Encontra o Céu: A Relação Entre os Papas e a Astronomia

A recente morte do Papa Francisco (1936–2025) marca o fim de um papado profundamente engajado com temas sociais, éticos e científicos. Mas você sabia que o Vaticano tem uma das mais antigas tradições em astronomia do mundo?

Embora não tenha formação científica, o Papa Francisco frequentemente defendeu o papel da ciência na construção de uma sociedade mais justa e consciente. Em sua encíclica Laudato Si’ (2015), sobre ecologia integral, ele cita o Big Bang e a evolução como compatíveis com a fé:

“Deus não é um mago com uma varinha mágica. A evolução não contradiz a criação, pois exige a criação de seres que evoluem.”

Além disso, Francisco manteve aberto o diálogo com cientistas de áreas como física, astronomia e mudanças climáticas, promovendo conferências internacionais no Vaticano sobre cosmologia e astrobiologia. A Igreja Católica, por meio de seus Papas, não apenas dialogou com a ciência, mas também contribuiu ativamente para o estudo do cosmos — desde o julgamento de Galileu até a fundação do Observatório do Vaticano, um centro de pesquisa astronômica que opera até hoje.

Desde o século XVI, a astronomia era uma ciência vital para calcular o calendário litúrgico, em especial a data da Páscoa, baseada na primeira lua cheia após o equinócio da primavera. Essa necessidade levou os Papas a apoiarem cientistas e astrônomos.

Um exemplo notável foi o Papa Gregório XIII que, em 1582, instituiu a Reforma do Calendário Juliano, criando o Calendário Gregoriano, que usamos até hoje. Esse ajuste envolveu cálculos astronômicos precisos, conduzidos por jesuítas e astrônomos da época como Christopher Clavius.


O Caso de Galileu

É impossível falar da relação entre Igreja e astronomia sem mencionar Galileu Galilei. Em 1616, a teoria heliocêntrica de Copérnico — que Galileu defendia — foi considerada “herética”. Galileu foi julgado pela Inquisição e colocado em prisão domiciliar.

No entanto, em 1992, o então Papa João Paulo II pediu formalmente desculpas em nome da Igreja e reabilitou Galileu, reconhecendo o erro histórico com as palavras:

“A fé e a ciência são ambas dons de Deus; não podem se contradizer.”
Papa João Paulo II ao lado do brasileiro Chagas Filho.
Os estudos que levaram papa João Paulo II a reabilitar oficialmente Galileu Galilei como astrônomo foram liderados pelo brasileiro Chagas Filho. Imagem: Reprodução/Arquivo Histórico da Fundação Oswaldo Cruz.

O Observatório do Vaticano

Pouco conhecido do grande público, o Observatório do Vaticano (Specola Vaticana) é um dos mais antigos centros de pesquisa astronômica do mundo, ativo desde 1582.

Hoje, ele está sediado em Castel Gandolfo e possui telescópios também no Arizona, EUA, em parceria com universidades americanas. Os astrônomos do observatório são, em sua maioria, jesuítas cientistas que publicam artigos em revistas como The Astrophysical Journal e Nature.

Enquanto telescópios vasculham as galáxias em busca de exoplanetas, sinais de vida e a origem do universo, o Vaticano mostra que a fé também olha para cima — não com medo da ciência, mas com admiração e curiosidade.

Referências

4件のコメント

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Feh Khazinn
Feh Khazinn
há 2 horas

eu gostava desse papa, mas pediram desculpas depois de sei lá quantos anos da morte do Galileu, mudou nada

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Javi Nodash
Javi Nodash
há 3 horas

Eu lembro que teve um natal que montaram um presépio que parecia um monte de alien no Vaticano kkkkkk acho até que foi na pandemia kkkkkk

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Não sei sobre o Darth Vader, mas tinha uma figura que era claramente um astronauta, isso foi em 2020 e, na época, foi bem polêmico. Fiquei me sentindo meio mal pelos alunos e professores que fizeram as esculturas, o povo criticou bastante.

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